“Capela das Palmeiras”

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Igreja do Baruel – Década de 1970

As primeiras menções ao inglês recém- chegado ao Brasil, Henry Barewel, por Anthony Knivet 1 datam de 1610. Segundo consta “Aportuguesou” seu nome para Baruel, e casou-se com paulistana de ilustre família. Em 1663, temos uma ata da Câmara de Mogi das Cruzes referindo-se à "Estrada Real do Guaió", passagem obrigatória entre Mogi e São Paulo, Mogi e Litoral. Em 1675 foram descobertas as lavras auríferas do Caaguaçu, provavelmente entre as atuais Suzano e Ribeirão Pires. O padre Francisco Baruel, neto de Henry Baruel, em 1700 vem à região do Morro da Suindara pacificar os índios. Dá-se em 1720 a provável fundação da capela de Nossa Senhora da Piedade do Taiaçupeba pelo padre Antonio de Souza Oliveira. O ano de 1750 é marcado pela falta do padre titular da capela de Taiaçupeba, sendo entregue ao padre Antonio Frazão Meirelles. Neste ano, Bruno Novaes é nomeado capitão desta. Sobre o capitão Antonio Francisco Baruel - próspero fazendeiro local, temos duas referências documentais uma de 1779 , um anúncio premiando quem lhe trouxesse sete escravos seus fugidos e outra de 1796, testamento e inventário de dona Maria da Anunciação, esposa do capitão Antonio Francisco Baruel, atestando a imensa riqueza desta família. A partir de 1800 o entorno da capela de Taiaçupeba passa, pelo costume, a ser denominado "Baruel", e o veio aurífero ao sul deste local esgota-se completamente. No ano de 1870 foi criada uma cadeira de primeiras letras para meninos anexa à capela de Nossa Senhora da Piedade no Baruel. Em 1875 a Cia. de Carris inaugura Estrada de Ferro ligando São Paulo ao Rio de Janeiro, inacabada, porém já interligando São Paulo a Mogi das Cruzes, atravessando as regiões entre os rios Taiaçupeba Guassu e Guaió, denominada "Campos de Mirambava", onde é erigida uma parada de lenha, muito retirada dali para os dormentes e o carvão das locomotivas. Chega em 1879 o português Antonio Marques Figueira à parada (de lenha), como feitor de uma das primeiras turmas da Estrada de Ferro. Aprova-se em 1890, por decreto federal (de agosto), projeto de arruamento da vila ao redor da parada, denominada pelos irmãos Figueira de “Vila da Concórdia”. Com efeito, inaugura-se em 1891 a estação de passageiros denominada “Piedade”. Por volta de 1892, o engenheiro da estrada de ferro Joaquim Augusto Suzano Brandão determina estudos para construção de parada de passageiros de alvenaria, o que é feito no mesmo ano. A Vila da Concórdia, em 1908, passa a chamar-se, oficialmente, Suzano. A Lei estadual n,° 1705, 17/dez/1910, assinada pelo presidente do estado, Altino Arantes, eleva Suzano a distrito de Mogi. No ano de 1916 a Capela de Nossa Senhora da Piedade do Baruel é substituída por capela construída por Roberto Bianchi, denominada "Capela das Palmeiras". No mesmo ano deu início a Festa de Nossa Senhora da Piedade em louvor ao Divino Espírito Santo, que acontece até os dias atuais. Desde essa época a modificação mais significativa que a igreja sofreu foi à substituição do altar-mor, no início dos anos de 1950 do século XX, pelo retábulo da antiga igreja de São Sebastião do Guaió, demolida para a construção da atual igreja Matriz de São Sebastião.

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Madeira - Detalhe Crucifixo.

Os moradores relatam que em 1940, houve uma tempestade, cujo raio partiu ao meio um pinheiro situado ao lado da capela. Um morador encontrou a peça - cortada ao meio com o desenho do crucifixo.

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Detalhe do retábulo que pertencia a Igreja  São Sebastião do Guaió  que foi demolida para a construção da atual Igreja  Matriz

fotos:Acervo DIPMAAC

Notas:

1 - Anthony Knivet (c.1560 - c.1649) foi um aventureiro inglês que veio ao Brasil Colonial, acompanhado por piratas, foi abandonado no país, entre índios e colonos, e deixou um relato escrito sobre sua viagem.

Fontes:

Azevedo, Suami Paula de - Suzano, Estrada Real. Suzano, SP: Auto do Tietê, 1994

Capeletti, Denise, Almanaque do Alto Tietê. MC, 1998

Grínberg, lsaac   - História da Justiça em Mogi das Cruzes. MC/SP: Faculdade de Direito Braz Cubas, 1977

                        - História de Mogi das Cruzes. SP: I. Grínberg, 1961 (segunda tiragem)

                        - Retrato de Mogi das Cruzes. SP: I. Grínberg, 1974

Petrone, Pasquale – Aldeamentos Paulistas, SP: EDUSP, 1995

Sanara, Eni de Mesquita - Projeto: História de Suzano

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